Desde a vida intra uterina, pode-se verificar o bebezinho com o dedo na boca. Ele está treinando o reflexo de sucção, para quando chegar ao mundo, pegar o peito com vontade.
A sucção é para criança algo prazeroso, sendo a cavidade oral a primeira zona erógena, ou seja, fonte de prazer. O ato de sugar alivia a tensão produzida pelo desconforto gástrico denominado fome.
Mas, vai além disso, daí a importância da amamentação enquanto fonte de alimentação, de suprimento de vínculo e afeto. Ao sugar o peito da mãe o bebê experimenta uma sensação incrível de prazer e satisfação, desenvolve segurança, dominando as ansiedades naturais.
Quando por algum motivo isso não é possível, a sucção do dedo e chupeta vem a satisfazer essa necessidade de prazer e alivio de tensão.
Chupar o dedo é um hábito mais difícil de ser interrompido do que a chupeta. A criança tem mais autonomia para ter acesso, o dedo corresponde a características corpóreas como cheiro e a sensação de sucção.
Geralmente até os 6 anos isso precisa ser resolvido, com risco de problemas dentários dentre outros prejuízos na fala e emocionais.
Chupar o dedo pode denunciar uma ansiedade e requer ajuda profissional de um psicólogo. Chupar o dedo após o período de reflexo de sucção pode ser indício de comprometimento psicoemocional. Demais aspectos também podem compor o quadro clinico, como necessidade de afetos não supridos e dificuldades oro digestivas. Para identificar a causa da ansiedade, e não somente o comportamento, o psicólogo realiza um diagnóstico.
Chamo a atenção para os pais jamais xingar a criança, criticar, humilhar, expor para parentes e conhecidos sua dificuldade. Devo lembrar que esse problema foi adotado pela criança mas criado, geralmente, pelos pais.
Métodos coercivos, de reforço negativos, tais como castigos, retirar coisas que gosta, são ineficientes e geram mais ansiedade. Podem ter consequências desastrosas no desenvolvimento da personalidade da criança.
Uma forma eficaz de lidar com a sucção digital (chupar o dedo) é desviar a atenção da criança para outra coisa, perguntar a ela se quer fazer um lanche, brincar. Para isso, os cuidadores devem prestar atenção no contexto mais preditor para que a criança leve a mão a boca.
O sucesso do tratamento exige parceria dos cuidadores, profissionais e professores. Estar atento aos hábitos da criança, ouvir suas expressões afetivas e contexto em que o hábito de sucção mais aparece. Assim, observar a frequência que a criança chupa o dedo, o tempo que ela fica sugando e a intensidade da sucção são elementos embasadores do tratamento.
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